quinta-feira, 4 de junho de 2009

Giro alemão

A viagem de campo pela Alemanha incluiu no roteiro estadias nas cidades de Essen, Berlim, Colônia e Koblenz.

No vale do Rio Emscher foi visto o trabalho de recuperação patrocinado pela Emscher Genossenschaft. O Rio Emscher foi durante décadas sacrificado como o esgoto a céu aberto da região do Ruhr, a mais industrializada da Alemanha. Foram visitadas minas recuperadas (com direito a tratamento estético com obras de arte) e a estação de tratamento de esgoto, que trata também 30% da água do rio. A região passou nas últimas décadas pelo que eles chamam de "mudança estrutural", sofrendo uma metamorfose de região industrial para região de serviços.





No LANUV - agência do estado do Nordrhein-Westfalen para a proteção da natureza, ambiente e consumidor - palestras introdutórias sobre poluição atmosférica.

Em Lange Bramke e no reservatório Oker, em Braunschweig, foi apresentado o trabalho de pesquisa em bacia de captação da universidade técnica da cidade. A bacia, por ser muito pequena e possuir dados de monitoramento de mais de 60 anos, permite conclusões sobre mudança climática e ciclos hidrológicos.




Na Agência Ambiental Federal (UBA), em Dessau, palestras sobre política energética e poluição sonora, e tour pelo prédio da agência, construído com conceitos ecológicos de energia, climatização, iluminação, etc.




Na FSA, estação experimental da UBA, foi feita visita em simuladores piloto de cursos d'água e lagos, que permitem emular ambientes aquáticos.




No Parque Paisagístico Goitzche foram visitadas áreas recuperadas de mineração, incluindo uma mina de lignita transformada em lago, de uso recreacional e paisagístico.



Em Potsdam foi visitado o PIK - Instituto para Pesquisa de Impacto Climático de Potsdam - em cujo campus está uma torre de observação projetada por Albert Einstein para provar sua teoria da relatividade.


Na sede da Bayer em Leverkusen foi possível visitar a área de produção e de tratamento de efluentes, com destaque para as torres biológicas, configuração diferente do sistema de lodo ativado. Abaixo fotos da maquete e do equipamento industrial, que tem 33 metros de altura.




Uma palestra sobre Spreewald, a wetland onde nasce o Rio Spree, que se dirige a Berlim, foi ouvida em passeio de barco.


Na Comissão Internacional para a Proteção do Rio Reno, foi apresentado o trabalho da comissão que, entre outras coisas, pretende repovoar o rio com salmões. A Holanda historicamente recebia a poluição do Reno gerada em áreas industriais da Alemanha, Suíça e França. A qualidade das águas já é boa, mas o problema com os sedimentos permanece.



***

Impossível deixar de observar que nos casos do Rio Emscher, de Goitzsche e do Rio Reno, grande parte da recuperação ambiental se deu devido à transferência da poluição da Europa para outros países (China, Brasil, etc.), e que a recuperação é apenas parcial (a exaustão dos recursos e a emissão de gases estufa, por exemplo, não são revertidas).



***

No tempo livre foi possível conhecer um pouco de Berlim, Essen, Colônia e Koblenz.


Berlim é uma cidade muito atrativa. Como Rotterdam, sofreu muitas cicatrizes com a guerra, mas soube recuperar-se muito melhor. Rotterdam é brega, Berlim não. A torre desponta no centro da cidade; o parlamento alemão, com sua cúpula panorâmica toda em vidro, merece uma visita, e a igreja parcialmente destruída não foi reformada para lembrar a destruição da guerra. Perto do Checkpoint Charlie, um painel a céu aberto comete uma aberração histórica: em texto dedicado às revoltas de 68, a rebelião francesa não é citada; seria difícil relacioná-la com a resistência ao "comunismo". Mas o capital não tem preconceitos: bandeiras da União Soviética tem amplo espaço nos quiosques de quinquilharias turísticas para saciar a sede dos estalinistas saudosos.








Em Colônia, que foi quase totalmente destruída pelos bombardeios aliados, é possível ver a impressionante catedral no centro da cidade e a bela orla do Reno.





Koblenz é uma pequena e agradável cidade às margens do Reno e do Mosel, em uma região repleta de castelos e vinhedos.





***

A julgar pelos contatos superficiais que tive, os alemães me pareceram gente boa. Um deles nos efereceu carona quando tudo indicava que teríamos que caminhar uma hora em beira de estrada, pois não havia mais ônibus da vila onde estávamos para o hotel (era o cozinheiro do restaurante onde jantamos); outro serviu de guia voluntário para chegarmos ao centro de Berlim.

***

Comparando com a Holanda, a Alemanha leva vantagem na comida: pela metade do preço, o dobro da quantidade, com mais sabor. No entanto, as holandesas são mais belas do que as alemãs.

Um comentário:

Anônimo disse...

pero no mas que las argentinas :-/)