quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Praga

Como viagem de fim de ano organizada pelo instituto, uma visita à cidade de Franz Kafka, o crítico radical da heteronomia, de 26 a 30 de dezembro.

A capital da República Tcheca é como uma velha senhora que, ao longo dos séculos, colecionou estilos arquitetônicos - guardando com tanto cuidado suas peças que nenhuma se perdeu. Teve sorte, pois não foi afetada por guerras. Na mesma cidade, pode-se ver prédios e construções desde uma rotunda romana, passando pelo gótico, barroco, renascentista, art-nouveau... Os destaques são a Ponte Carlos - cuja construção começou em 1357, patrocinada por Carlos IV - e o castelo de Praga - cuja história começa no ano de 870. Também a música tem presença forte. Mozart estreou Don Giovanni em Praga. Concertos eruditos à mão cheia nas inúmeras igrejas, muitos clubes de jazz e artistas de rua de bom nível. Muitíssimas igrejas, mas também sinagogas - até a Segunda Guerra Mundial grande parte da população era judia.

A língua tcheca parece totalmente diferente do português - eles usam acentuação em consoantes, como um acento circunflexo invertido, sobre letras como c e z. Porém, nem tudo é totalmente estranho: a palavra "robô" é de origem tcheca - apareceu pela primeira vez no romance Karel Capek ("Capek" tem acento circunflexo invertido sobre o "c", mas não sei como escrever); robota significa "trabalho escravo" ou "trabalho intenso". E a nossa "boemia", ao que parece, origina-se de Bohemia, o nome histórico da região da República Tcheca, onde viviam e vivem muitos ciganos que gostavam/gostam muito de beber e festejar. Para completar aqui se vende bunda - um tipo de tecido. O maior escritor tcheco, no entanto, só escrevia em alemão (não precisa dizer que é Kafka, né?).

Um frio de lascar - temperaturas máximas de -2 graus e mínimas de -7. Só tomando muito vinho quente - vendido nas feiras espalhadas pela cidade. Ou comendo trdlo, um pão doce assado também nas feiras. Na República Tcheca parece que se come mais carne - conferi um goulash e, novamente na feira, um churrasco de porco - acho que dá para chamar de churrasco, era carne assada à lenha. A diferença é que custou 150 coroas (cerca de 18 reais) por duas tiras bem finas de carne, dois pepinos e um purê de alho - por esse preço se come um rodízio em Porto Alegre. A cerveja nos pubs vem em canecas enormes - meio litro ou mais.

Tudo em Praga é mais barato do que na Holanda - mas isto parece estar com os dias contados, pois o euro será adotado nos próximos anos. Quase ninguém fala inglês com fluência - estou ficando mal-acostumado com a Holanda. Quanto aos problemas, bom, o capital está lá, logo... Uma coisa que não vi na Holanda e tem em Praga são pedintes nas ruas - poucos, mas tem. E talvez por ser entre natal e ano-novo, a presença de turistas nas ruas estava além da conta.

As fotos e vídeos abaixo estão em ordem aleatória, pois sou preguiçoso demais para ordenar tanta coisa.


















































quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Árvore de natal - em chamas

Para saber o que está acontecendo na Grécia, sem os filtros censores da mídia coorporativa, consultar, por exemplo, o Centro de Mídia Independente. Já houve manifestações de solidariedade na Holanda.