quarta-feira, 18 de março de 2009

Bruxelas

Mais um contato fugaz (e necessariamente superficial) com cidades européias. Bruxelas é a capital da União Européia, e em certo sentido é uma cidade única: é uma cidade bilíngue. A Bélgica é bilíngue, com a Wallonie, a parte mais ao sul, francófona, e a parte mais ao norte fala o holandês (ou flamengo, como eles chamam o dialeto belga, que é mais suave e afrancesado). Mas Bruxelas é uma cidade francófona no meio da região "holandesa". Como o afluxo de gente das cidades vizinhas para a capital é constante, na prática a cidade fala duas línguas mesmo. Todos os sinais, placas e até propagandas são escritos em francês e holandês.

Não é só a língua, a Bélgica ao primeiro olhar parece ser uma mistura de França e Holanda, como na arquitetura, onde dependendo do lado para o qual se olhe é possível sentir-se em um país ou no outro, ou mesmo ficar confuso quando um prédio em estilo francês está ao lado de outro em estilo holandês. Ou ainda, um prédio com estrutura de prédio holandês mas com muito mais adornos e cores, como se tivesse corpo holandês mas vestisse roupas francesas. Na gastronomia, a influência francesa é clara: os belgas parecem ser bem mais sofisticados do que os vizinhos holandeses. Enquanto os holandeses se contentam com o rústico haring, os belgas têm um conglomerado gastronômico de frutos do mar no centro histórico. Wafel, chocolate, frits (batata frita, a mais famosa da Europa) foram devidamente degustados.

O centro administrativo da União Européia em Bruxelas reflete sua função: tudo é burocrático, funcional. Mas, o que mais esperar da arquitetura do poder? Muitas construções novas e obras onessa área. Alguns prédios são realmente feios, e o parlamento quer chamar a atenção um pouco mais do que o necessário. O centro histórico tem aparência muito mais humana e acolhedora. Os parques, talvez devido ao mau tempo ou por estarem perto da região dos burocratas, estavam quase às moscas. Quando o entorno fazia com que me sentisse na Holanda, faltava alguma coisa, que depois me dei conta: as bicicletas - percebi como elas alegram e humanizam uma cidade. Os canais tampouco estão lá, e isso também faz uma diferença e tanto. Enfim, Bélgica é Bélgica.






















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