A justiça holandesa decidiu que Geert Wilders, deputado holandês pelo PVV, autor do fraquíssimo filme Fitna, deve ser processado por declarações contra a religião islâmica. Apesar de o Ministério Público holandês haver decidido que não o processaria, a Justiça, baseada em um tal de "artigo 12", decidiu que ele deve ser processado - o "artigo 12", ao que parece, atribui ao Tribunal o poder de instaurar um processo, caso o MP não o faça. Ele será processado não por seus discursos no legislativo holandês (a imunidade parlamentar o protege), mas por artigos e entrevistas publicados em jornais.
Obviamente, o homenzinho ganhou as manchetes do dia (22/01). A manchete do Trouw foi "Um político não pode dizer tudo". Ao lado, uma imensa foto da figura (que tem um cabelo ridículo, parece que com gel, penteado para trás) e suas declarações: "Devemos parar o tsunami da islamização. Que nos atinge em nosso coração" (07/10/2006); "Fronteiras fechadas, nenhum islâmico a mais na Holanda e muitos islâmicos para fora" (13/02/2007); "O Corão é o Mein Kampf de uma religião que pretende eliminar as outras" (08/08/2007). No Volkskrant, a manchete foi "Debate sobre muçulmanos aguarda novo teste", com o subtítulo "Processando Wilders: atentado à democracia ou triunfo da liberdade"?
O fascistinha está reclamando que este é um ataque contra a liberdade de expressão. E acho até que tem razão. Se quer falar besteira, que fale, depois se mostra que aquilo é uma besteira, ou, melhor ainda, usamos o bom e velho deboche, o riso. Mas, proibir a expressão de algo com o que parece que não poucos holandeses concordam - Wilders cita os "500 mil eleitores que pensam exatamente como eu", não sem cair no ridículo de dizer que não tem dinheiro para o advogado - isso ajuda em algo? Desde Voltaire isso já deveria estar superado, mas parece que ainda não. Graças à justiça holandesa, Wilders e seu ideário terão grande exposição na mídia por um bom tempo, talvez bem maior do que o seu real peso social.
O contexto disso tudo, como já dito em outro post, é a massiva imigração islâmica na Holanda, onde se misturam questão de classe, de crise do capital e choque de culturas. Dizem que alguns marroquinos, por exemplo, mantém sua(s) mulher(es) trancadas dentro de casa, na Holanda - um enclave pré-moderno em meio à planície pós-moderna holandesa - e que algumas de suas crianças e adolescentes "piram" com a brutal diferença entre a rigidez doméstica e a (relativa) liberalidade das urbes holandesas.
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Um comentário:
Concordo totalmente com o Geert Wilders. Quando eu, como ocidental e cristão, puder visistar Meca ou Medina, quando eu puder propagar o cristioanismo livremente nos paises muçulmanos, distribuir livremente a bíblia ou andar com cruxifixos bem visíveis nessas terras, aí eu não serei mais contra essa praga que é o islamismo radical...
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