domingo, 4 de janeiro de 2009

Times

Depois de três meses na Holanda, já está na hora de escolher um time por aqui para torcer, ou pelo menos simpatizar. Os cogitados:

Ajax (Amsterdam)

A princípio a escolha natural: o maior clube da Holanda (ainda que os torcedores do Feyenoord protestem), sediado na capital, com uma rica história que inclui a concepção do futebol-total, a equipe base da seleção holandesa na copa de 74, e o grande Johan Cruyff. Entretanto, parece ser o mais mercantilizado dos clubes holandeses a partir dos anos 90, após a Arena. (Não, não guardo rancor por 95).


Feyenoord (Rotterdam)

O grande clube de Rotterdam, que fica a apenas quinze minutos de Delft (bem menos do que a uma hora de Amsterdam). Chances reduzidas depois que conheci um dos cânticos cantados nos clássicos contra o Ajax: Hamas! Hamas! Joden aan het gas! [Hamas! Hamas! Judeus para o gás!]. Isso porque o Ajax tem fama (infundada) de ser time de judeus. Toda a solidariedade à luta dos palestinos contra Israel, mas fazer piadas com câmaras de gás é muito mau gosto (ou muito fascismo).


PSV (Eindhoven)

Forma o trio dos grandes junto com Ajax e Feyenoord. Poucas chances. Foi campeão nos últimos anos jogando com esquemas pragmáticos e retranqueiros - coisa que os holandeses felizmente desprezam. Celso Roth já tem um em Porto Alegre, e já é demais! Além disso tem fama de ser um clube sem alma, sustentado por um grande patrocinador (Phillips).


Sparta (Rotterdam)

O segundo time da vizinha Rotterdam - seria mais ou menos como o Internacional em Porto Alegre -, porém com a vantagem de que eles não têm cânticos anti-semitas (que eu saiba).




Heerenveen (Heerenveen)


Não fosse a ridícula camiseta cheia de coraçõezinhos - que segue o padrão do distintivo aí ao lado, mas cuja origem é mesmo a bandeira da Frísia, província ao norte da Holanda - e o fato do clube ser sediado longe de Delft (até o ponto em que algo pode ser "longe" dentro da Holanda), já teria sido o escolhido. Isso porque o clube assumiu a seguinte filosofia, implantada pelo treinador Foppe de Haan, que permaneceu por quase vinte anos no cargo: "Vencer não é o mais importante. O mais importante é jogar um bom jogo"; "Ser um bom clube jogando bom futebol. No futuro queremos estar não exatamente no topo, mas entre o quarto ou quinto lugares". Quer coisa mais revolucionária nos tempos do cínico futebol-retranqueiro-neoliberal-de-resultados? É um clube irmão do Radicais Livres, meu time de botão.

Um comentário:

RUCA disse...

pelos vistos Daniel voçê é do Grémio.
Todos temos defeitos. Hahahahaa.
Um Holandês em Porto Alegre (INTER)