Primero fomos a uma região chamada Westland, onde só o que se vê são estufas para cultivo de hortifrutigranjeiros (com sistema de hidroponia e circuito fechado de água para evitar poluição por pesticidas e fertilizantes). Ali perto está o que parece ser um gigantesco centro comercial, onde são realizados leilões internacionais para vendas destes produtos. Dez minutos de viagem de ônibus é suficiente para que a paisagem humana mude completamente: já entramos em uma área industrial extremamente densa, uma indústria petroquímica ao lado da outra. Mais dez minutos de ônibus, outra paisagem: uma praia artificial do Marte do Norte. (Os holandeses praticam a chamada land reclaiming: literalmente aterram o mar para ganhar um pouco de espaço). Logo ao lado, em um canal artificial do Reno, um dos pontos de maior tráfego fluvial do mundo, por onde passam navios do porto de Rotterdam.
O cronista inglês David Winner chega a sugerir que a maneira holandesa de jogar futebol - inteligência na ocupação dos espaços, movimentação intensa - foi condicionada por essa escassez de espaço por essas bandas. Também pela excesso de água - a linha de impedimento (invenção da Laranja Mecânica) estaria relacionada com a rápida diminuição de espaços resultante de uma enchente - e, claro, pelo espírito iluminista holandês.
Estufas...
petroquímicas...
praia artificial sob o sol gelado do Mar do Norte...
praia artificial sob o sol gelado do Mar do Norte...
navios...
e a Laranja Mecânica.
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