sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Rotterdam

Tão perto de Amsterdam (1 hora de trem), tão diferente. Enquanto Amsterdam é naturalmente bela, Rotterdam parece que passou por várias plásticas, algumas bem-sucedidas, outras nem tanto.

A analogia não é de todo incorreta. Rotterdam foi bombardeada na Segunda Guerra Mundial, naquela que talvez tenha sido a maior estupidez da guerra depois dos campos de concetração e da bomba atômica. Todo o centro foi destruído, mais ou menos como se bombardeassem as imediações da Borges e da Andradas em Porto Alegre. Então, ao contrário de todas ou quase todas as cidades holandesas, Rotterdam não possui um centro histórico. Abaixo um bom vídeo o bombardeio:



Impressiona em Rotterdam o número de imigrantes. Não é por acaso que o novo prefeito é marroquino. Segundo um colega senegalês que mora em Rotterdam, a população imigrante é maior do que a nativa. E a impressão que se tem é essa mesma. Arianos são minoria, o que mais se vê é gente com aparência de africano, indiano, turco, indonésio, surinamês.

Rotterdam é a capital industrial e financeira da Holanda, e possui um dos maiores portos do mundo (por muito tempo foi o maior). A rivalidade com Amsterdam vai além do futebol - Ajax x Feyenoord: segundo os Rotterdammers, a cidade deles produz a riqueza, e Amsterdam a gasta. Mas, se o valor de uso da cidade é a festa, como já dizia Henri Lefebvre, então a generosidade de Amsterdam a torna mais cidade do que Rotterdam. Para mim, pelo menos. Mas nem por Rotterdam deixa de ser interessante.

A cidade é muito comparada com Nova Iorque. Não coneheço os EUA, mas ela de fato parece americanizada. Logo na saída da estação de trens (que está sendo totalmente reformada), arranha céus.



Caminhada pela cidade.

A marina e a Erasmus Brug (Ponte Erasmo), talvez o maior ícone da cidade. O dia nublado impede uma melhor visão da ponte, mas a foto é autêntica, afinal aqui está quase sempre chovendo.




O monumento Verwoeste Stad (Cidade Devastada), com a sua evocação do desespero e o furo no peito simbolizando como Rotterdam foi atingida em seu coração pelo ataque nazista:


As casas cúbicas. Sim, tem gente que mora ali, com carros passando embaixo, no túnel. Ou o sistema de isolamente acústico é excelente, ou eles não dormem.

A biblioteca pública de Rotterdam é um capítulo à parte. Apesar de a arquitetura funcionalista-futurista não fazer muito o meu gênero, é de tirar o chapéu: seis pisos de livros.






A prefeitura e o Monument voor de gevallenen - "munumento aos caídos" -, dois homens, uma mulher e uma criança representado o passado, o presente e o futuro, um tributo ao povo de Rotterdam que sacrificou-se pela liberação do país.



E cenas diversas...






2 comentários:

Anônimo disse...

Daniel que banho de cultura!
Quanta pessoa importante nasceu ou fez história em Delft?
Ficas me devendo algumas pinturas e teus comentários sobre Van Gogh.
Um abraço.
Eneida

Anônimo disse...

Quanto ao prefeito eleito de Rotterdam...parece que precedeu uma tendencia global.Veja o Obama,
presidente eleito dos Estados Unidos.Eneida