segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Museu da resistência

O Verzetsmuseum é o museu da resistência holandesa durante a Segunda Guerra Mundial. A Holanda foi ocupada pela Alemanha nazista durante a guerra (com direito a um estúpido bombardeio do centro do Rotterdam). O enfoque do museu é a atitude das pessoas comuns: aanpassen, meedoen of verzetten? [adaptar-se, colaborar ou resistir?]. Até hoje há uma problematização quanto à resistência holandesa: até que ponto ela foi forte e efetiva? Havia um partido nazista na Holanda da época, ainda que sem grande apoio popular; e, de início, a Alemanha tentava trazer os holandeses para o lado do III Reich, por serem "irmãos germânicos". Mas, justiça seja feita, a primeira e única manifestação pública de solidariedade aos judeus em país ocupado foi em Amsterdam - só podia ser em Amsterdam. A greve convocada pelo Partido Comunista parou a cidade. A partir dali a ocupação nazista passou a ser mais e mais repressiva e violenta.

No museu também estava uma exposição paralela sobre Hannie Schaft, "a garota dos cabelos vermelhos" - het meisje met het rode haar. Hannie foi uma das poucas mulheres a participar da resistência. Mas foi para valer: andava sempre armada, e executava traidores. Foi capturada pelos alemães quase ao final da guerra, e morta. Espécie de heroína de guerra, com direito a estátua em Haarlem, sua cidade natal. Pelo menos um livro e um filme foram dedicados a ela. O recente filme Zwartboek (2006) - "o livro negro", mas traduzido como A espiã em português - do diretor holandês Paul Verhoeven (aquele dos filmes sangue-suor-e-hormônios Instinto selvagem, Robocop, O vingador do futuro, etc.), talvez tenha sido inspirado em Hannie: no filme há uma heroína de guerra holandesa. Aliás, esse filme é falado majoritariamente em holandês, e não em alemão, como está no menu do DVD brasileiro.

Hannie Schaft, a garota dos cabelos vermelhos

Abaixo, o trailer do filme Het meisje met het rode haar (não vi!) e um video introdutório do Verzetsmuseum (em holandês e sem legendas).


Para completar, outra mostra temporária, sobre a história dos cartazes de protesto na Holanda (que não incluía cartazes dos PROVOS, o que é uma falha imperdoável). Aí vai uma amostra:

A Shell apoiou o terror do Apartheid na África do Sul

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