Não tirei fotos, obviamente é proibido. Até poderia ter tirado fotos panorâmicas, mas como estava sozinho, reconhecendo o terreno, preferi não arriscar. No final desse post seguem fotos que peguei da internet, mostram bem o que é o distrito, com a diferença de que quando eu fui tinha muito mais gente. Caminhando pela rua estreita junto com muita gente (homens e mulheres), o canal de um lado, mulheres na vitrine do outro. Em várias dessas vitrines dá para ver o boudoir delas. Uma das mais bonitas abre a porta de vidro e me chama:
- Hello!
- Hello.
- Wanna come in?
- Maybe...
- It's 50 euros. Where are you from?
- Brazil, and you?
- Greece. It's cold here, wanna come in?
- Maybe later...
- Ok, whatever...
E fecha a porta.
A prostituição existe no mundo inteiro, mas só mesmo na Holanda para ver algo assim. Sob as luzes vermelhas se revela a dialética do iluminismo: por um lado, a regulamentação da prostituição expressa os melhores ideais de tolerância e manda às favas os preconceitos religiosos, representando talvez uma utopia do prazer sem tabus; por outro, a prostituição é a coisificação levada ao limite, na qual o próprio corpo da mulher é transformado em mercadoria. Sabe-se lá quanto sofrimento se esconde no subsolo daquelas vitrines.
Diga-se de passagem: por trás de toda vitrine existe uma história de dominação, exploração, sofrimento, proletarização - por isso argumentos moralistas contra a prostituição são pouco convincentes. O processo de proletarização-produção é esquecido sob as luzes do consumo, não importa a cor. "Toda reificação é um esquecimento" (Adorno). Mas é muita teoria para um puteiro a céu aberto, não?




3 comentários:
http://www.youtube.com/watch?v=sApUBUg4V_w&feature=related
eu to louca para cnhecer a holanda ! Tdos falam qe é um dos países mais badalados da europa ! A belgica e alemanha tbm parece serem bem interessantes !
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